BNDES inicia investimentos em projetos de infraestrutura para a educação pública

Em 2022, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) completa 70 anos. Com a marca, o banco público de fomento decidiu encarar um antigo desafio e investir em educação.

A atuação do órgão será focada na oferta de infraestrutura para as redes públicas de ensino e, neste primeiro ciclo, está concentrada no semiárido nordestino a na Amazônia.

Serão quatro iniciativas, tocadas em parceria com o Ministério da Educação. O banco pretende utilizar o novo Ensino Médio, que tem 40% do conteúdo formado por cadeiras eletivas, para estimular a bioeconomia na região.

Cada estado apontou cadeias de valor para serem desenvolvidas a partir de estudos e pesquisas que vão embasar novos cursos, que serão internalizados e oferecidos pelas instituições de ensino da região.

Estão entre as possibilidades piscicultura, turismo, açaí, castanha, manejo florestal, superalimentos e fármacos, por exemplo. Bruno Aranha, diretor de crédito produtivo e socioambiental do BNDES, explica a ação.

“A partir da capacitação dos professores e da inclusão dos cursos, a gente acredita que (o resultado) vai chegar na ponta e capacitar os jovens e eles não vão deixar a região. Vão se manter nela, vão empreender, gerar empregos na bioeconomia, e a gente vai conciliar inclusão social, desenvolvimento econômico e preservação ambiental, com a manutenção da floresta em pé”, avalia.

O programa Saneamento nas Escolas pretende levar saneamento básico a 450 colégios da macrorregião do Marajó, no Pará. Uma área que abrange 16 município, com alcance para 13 mil alunos.

A ação será em regime de matchfunding, modelo pelo qual o BNDES bancará R$ 20 milhões, e parceiros privados serão responsáveis por outros R$ 28 milhões, e funcionará como piloto para a implementação de um programa semelhante em escala nacional.

Se, no Norte, o problema é a falta de saneamento, no Nordeste o desafio é o abastecimento de água. O Cisternas nas Escolas pretende destinar R$ 40 milhões, em parceria com o Ministério da Cidadania e a Fundação Banco do Brasil, para fazer com que a oferta alcance mais duas ou três mil escolas no semiárido nordestino, beneficiando entre 110 mil e 160 mil estudantes, como explica à CNN Bruno Aranha, diretor de crédito produtivo e socioambiental do BNDES.

“Água na escola significa que o aluno vai ter seu alimento. Porque, sem água, não haverá alimentação na escola. A partir disto, acreditamos que outras ondas de infraestrutura e capacitação precisam ser realizadas. Por exemplo, dar acesso à energia às escolas. Uma energia distribuída, solar, por exemplo. Depois disto, entrar com acesso à internet”, explica Aranha.

O edital do programa de saneamento do Marajó está previsto para essa semana, assim como de educação voltando para a bioeconomia, segundo o BNDES. O do Água nas Escolas tem lançamento previsto para maio.

A outra iniciativa, Educação Conectada, que pretende levar internet às escolas, é a mais estruturada até o momento e tem custo previsto de R$ 28 milhões.

O objetivo é, além de levar a rede as salas de aula e utilizá-las no cotidiano de ensino e aprendizagem, empregá-las para impulsionar a qualificação dos professores e para trabalhar na formatação de materiais didáticos.

De acordo com o BNDES, o Brasil trabalha com um orçamento anual para a educação de R$ 360 bilhões, nas três esferas: municipal, estadual e federal.

De acordo com o entendimento do órgão, não há escassez de recursos para a área: seria necessário apenas melhorar a qualidade do gasto público para alcançar melhorias.

Os recursos saem do Fundo Socioambiental do BNDES, um instrumento de apoio financeiro não reembolsável, que pretende ajudar o órgão a alcançar sua meta de se tornar o banco do desenvolvimento sustentável brasileiro.

O fundo está aberto para apresentação de projetos voltados para a capacitação administrativa de profissionais de educação e para a produção de materiais didáticos. Em duas chamadas já realizadas, serão destinados R$ 170 milhões a projetos selecionados para essas finalidades.

Em fevereiro, o banco de fomento anunciou ter registrado lucro recorde em 2021: R$ 34,1 bilhões. O valor supera todo orçamento aprovado para a cidade do Rio de Janeiro, onde está sediado, para odo aquele ano: R$ 31,2 bilhões

. O resultado foi impulsionado pela venda de participações societárias da carteira de investimentos, o que incluiu a negociação de ações de Vale, Klabin e JBS.

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